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Colunas#Adega

Coluna

- Publicada em 31 de Agosto de 2011 às 00:00

A Sbav/RS e os vinhos de seu presidente


FOTOS SBAV/DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
Outro dia fiquei sabendo que ele é o atual presidente da seção gaúcha da Sbav (Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho). Há alguns anos, quando fui cumprimentar a saudosa Isolda Paes em banquete organizado para homenageá-la, o reencontrei: inteligentíssimo ex-colega de aula, diretor do Instituto de Física da Ufrgs e, a grande surpresa, conhecedor de vinhos e vinicultor aos finais de semana. “Estou cultivando mudas excepcionais em meu sítio, no terroir de Mariana Pimentel”, confidenciou-me, com a seriedade habitual. Saí achando que seria uma brincadeira, um cara estudioso e superocupado, cientista, ufólogo, professor...
Outro dia fiquei sabendo que ele é o atual presidente da seção gaúcha da Sbav (Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho). Há alguns anos, quando fui cumprimentar a saudosa Isolda Paes em banquete organizado para homenageá-la, o reencontrei: inteligentíssimo ex-colega de aula, diretor do Instituto de Física da Ufrgs e, a grande surpresa, conhecedor de vinhos e vinicultor aos finais de semana. “Estou cultivando mudas excepcionais em meu sítio, no terroir de Mariana Pimentel”, confidenciou-me, com a seriedade habitual. Saí achando que seria uma brincadeira, um cara estudioso e superocupado, cientista, ufólogo, professor...
Mas quem conhece Jorge Ricardo Ducati - é a ele que me refiro - sabe que obrigatoriamente, apesar da localização desconhecida para o mundo vinícola, seu hobby resultaria em algo positivo. Até que ponto? Isso resta esclarecido na seção abaixo, em que revela particularidades de seus vinhos. Aqui, prefiro ressaltar o quanto está se tornando corriqueiro encontrar pessoas que se voltam, apenas por prazer, ao cultivo de viníferas e à elaboração de sua bebida predileta. Eu já sabia sobre o Fulvio Petracco e vários outros da Vila Nova, zona Sul de Porto Alegre, o Barichello, que começou ali sua Villa Bari e hoje produz também na Itália, enfim, não faltam exemplos. 
De volta à Sbav, a seção gaúcha foi fundada em 1982 com o objetivo de congregar estudiosos do vinho e contribuir para o desenvolvimento da vitivinicultura. Ela organiza quatro degustações semanais em sua sede, a partir de grupos temáticos, além de viagens de estudos para regiões de todo o planeta. Também recebe produtores, interessados em divulgar ou submeter seus produtos à análise dos associados da entidade. Um expressivo grupo a representará na próxima Avaliação Nacional de Vinhos, em Bento Gonçalves.
Jorge Ducati acaba de regressar de um estágio em Portugal e França. Ao longo de cem dias atuou como professor convidado junto a um programa europeu de pós-graduação, o International Vintage Master, repassando seus estudos sobre vegetação e sobre terroir, a partir de imagens de satélites. A foto ao alto é dos seus pequenos, organizadíssimos e propositadamente pouco produtivos vinhedos, no pacato município de Mariana Pimentel. Não há notícias de outros produtores na região.

Três perguntas para Jorge Ricardo Ducati

Presidente da Sbav-RS

1 - Por que cultivar em Mariana Pimentel?
Apenas porque é o município onde temos nosso sítio, propriedade familiar desde 1959. O parreiral foi implantado em 1998 com mudas importadas da Itália, colhemos a primeira safra em 2005. Após essas sete vindimas, agora estamos nos primeiros tratos culturais para a oitava safra. São 800 plantas em 0,5 hectare: Cabernet Sauvignon, Merlot,  Sangiovese/Brunello, Barbera e Garganega, esta uma uva branca originária do Vêneto. A nossa produção anual fica entre 200 e 1 mil garrafas, dependendo do ano.
2 - Por que produzir tão pouco, o vinho não agrada, não há planos para crescer?
Porque a seleção de grãos é muito rigorosa, ainda antes da colheita, o que faz com que a produção média seja bem inferior a uma garrafa por planta. Sem problemas, o objetivo é ter a melhor qualidade possível, mesmo que os vinhos demorem anos para ficarem prontos ao consumo. Tenho ouvido muitas opiniões favoráveis, creio que o resultado está muito acima de nossas mais otimistas expectativas. Mesmo assim, não há planos de crescer.
3 - Quais vinhos têm espaço em sua adega pessoal, nela há rótulos brasileiros?
Sim, os vinhos brasileiros já alcançaram o nível internacional, nada mais devem à média dos vinhos de outros países. Alguns se revelam excelentes e, confrontados com bons vinhos estrangeiros, ficam muito bem colocados nas degustações às cegas que fazemos na Sbav-RS. Há um problema no preço, os impostos colocam os vinhos nacionais em desvantagem.Tenho na adega vinhos de muitos países, trazidos de viagens. Não interessa a nacionalidade deles, gosto de vinhos bons, típicos, de terroir. E estes, há em toda parte.

Uma boa ideia paulistana

O Bate-Papo de Vinhos objetiva ajudar os apreciadores na harmonização de sua bebida favorita com carnes, queijos e comidinhas, em encontros informais e descontraídos. Eles ocorrem semanalmente, a partir de 20h, nesse bonito ambiente da foto (Enoteca Fasano), sob a coordenação da sommelier Ana Paula Oliveira. Têm temáticas distintas, em média duas horas de duração e vagas limitadas a 20 pessoas em cada data.
Hoje, vinhos de Argentina e Chile (um branco e quatro tintos) serão apresentados e degustados. Dia 5 de setembro o assunto serão técnicas de degustação: aspectos visuais, olfativos e gustativos, como escolher e ler rótulos, além de dicas de harmonização. Com cinco rótulos acompanhados por Parmesão, pão italiano e água, R$ 140,00. O último encontro está marcado para 21 de setembro, voltado a Vinho e Sustentabilidade: vinhos orgânicos e biodinâmicos, produzidos sem danos ao meio ambiente. Custo: R$160,00.
A Enoteca Fasano fica na rua Amauri, 255, bairro Itaim Bibi. Informações e reservas: tel. (11) 3074-3959.
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